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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Será que já nascemos prontos??

Como nos tornamos humanos??

            O ser humano é um ser difícil e complexo de ser compreendido. Sendo um produto do meio (sociedade), que ao longo de sua vida passa por aperfeiçoamentos intelectuais e culturais até o dia de sua morte. Partirão desta temática os assuntos deste texto, tendo como objetivo discutir elementos que contribuem na formação humana.

             Ao nascermos somos totalmente dependente do outro e necessitamos de tempo para realizar a autonomia de movimentos. "Sem cuidados provalvemente não sobreviríamos sendo considerado apenas o mamífero mais indefeso do mundo" (PINO, 2005 p.43).

            Necessitamos do apoio e da solidariedade principalmente dos nossos pais e das pessoas que estão mais próximas, com avós (os), tios (as) e até mesmo vizinhos. Que são cooperadores na formação humana moral e intelectual referente Às crianças, indivíduos que influenciam na postura, na conduta e nos comportamentos relativos ao convívio diário.

           Enquanto as crias de animais têm um caráter automático ou instintivo, o bebê humano cada vez mais é imitativo e deliberativo. Onde a sensibilidade e a percepção biológicas são insuficientes para a adaptação do bebê humano ao meio cultural ao contrário das crias dos animais. Afirma-se aqui há dependência do outro para o desenvolvimento humano.

            Herdamos traços biológicos, mas as características culturais são construídas com o passar do tempo. Isso se deve a socialização, que é através da convivência em sociedade que adquirimos nossos hábitos e costumes. Por exemplo, o comportamento humano, nele percebe-se muito da sociedade na qual somos criados, sendo algo extremamente subjetivo, aprendido socialmente. Mas é bom lembrar que a sociedade somente influência, mas não determina as escolhas do ser humano.

           Conforme afirma Pino "desde que nascemos, enquanto crescemos e no decorrer de nossa vida adulta o processo de socialização vai fazendo com que a sociedade seja interiorizada em nós: gostos, escolhas estéticas, modos de pensar, acreditar, sentir ...(2005,p.44).

            O ser humano nasce com instintos precários, desenvolvendo com o passar dos anos com o auxílio da escola, dos meios de comunicação, da sociedade e da família, por exemplo, tornando seus instintos em aprendizagens. Sendo a única espécie capaz de se adaptar em diferentes ambientes e culturas, construir sua própria história, criar uma língua ou até mesmo modificá-la.

            Ao nascer ainda não existe nenhum elemento cultural interiorizado no bebê humano, nada foi aprendido, denomina-se então como um momentos zero cultural. Característico da função biológica ou elementar, que são manifestações involuntários que acontecem sem nenhum significado aparente, como por exemplo, o choro, o movimento de mãoes, pés, rostos, braços, o olhar e o sorriso (PINO, 2005 p. 47).

           Quando estes gestos e comportamentos começam a ter significado, atos que se tornaram uma forma de comunicação, aprendidas através da socialização denominam-se em função mental superior ou cultural. Assim Angel Pino diz que "as funções culturais têm que se instalar no indivíduo porque ainda não estão lá. Ao contrário das funções biológicas que estão lá desde o início de sua existência" (2005, p.47)

            Pino, citando Vigotski e a vertente histórico-cultural diz "que as funções elementares podem por si mesmas, dar origem ou acesso à funções superiores, nem estas são simples manifestação daquelas. As funções elementares se propagam por meio da herança genética; já as superiores propagam-se por meio das práticas sociais" (2005, p.53).

         Para alcançar êxito no processo de tornar humano é necessário que as duas funções sejam desenvolvidas no seu tempo ( primeiro as funções biológicas acontecem e se transformam em culturais), uma dependendo da outra. Usando a linguagem como instrumento usado para passar do biológico para o cultural. Esta linguagem não seria propriamente a fala, mas o significado que os atos tornam a ter, por exemplo, olhar, a afetividade, o toque e o uso do próprio corpo, etc.

            Portanto, quando nascemos somos um projeto de gente e só nos tornamos seres humanos a partir do momento em que somos socializados. À medida que convivemos em sociedade, aprendizagens que recebemos e transmitimos, experiências adquiridas e diversas práticas culturais que nos apropriamos, são importantes aspectos que contribuem para nos tornar humanos.

Tamara Martielle


Referência Bibliográfica

PINO, Angel. As marcas do humano. São Paulo:Cortez, 2005.


         Após estudos e debates sobre o processo de tornar humano, o professor de Antropologia Cultural sugeriu às acadêmicas de Pedagogia 2011,  elaborar um texto sobre este assunto.

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